Verão de 2019
Debate público sobre as condições de consentimento para a circuncisão
A atenção de
Chaim Korsia, rabino chefe da França, Delphine Horvilleur, Floriane Chinsky, Yann Boissière – Rabinos do Movimento Liberal Judeu da França
cópia Consistorial central Israelita da França
Bom dia,
Droit au Corps acaba de enviar ao governo francês o Apelo « Para abrir um debate público sobre as condições de consentimento para a circuncisão ». Queremos informá-los o mais brevemente possível. Acreditamos que seja do interesse de todos que esse debate comece num ambiente pacífico e no contexto de uma ética compartilhada que priorize o alívio do sofrimento no mundo.
Dado a que:
- o simpósio sobre o futuro da circuncisão organizado em 2015 pela Associação de Médicos Israelitas da França e do Fundo Social Judaico Unificado abriu o caminho para tal debate, reconhecendo que a circuncisão de recém-nascidos causa dor inevitável e riscos de complicação, e deve ser adiados em determinadas situações;
- a circuncisão não aparece no Alcorão e não é uma das condições para se tornar um muçulmano;
parece-nos que as condições estão reunidas para que um debate público sobre as condições para o consentimento da circuncisão chegue a um consenso entre todas as partes, a um ponto de equilíbrio que posse aliviar os maiores sofrimentos possíveis.
Chamamos a sua atenção para o fato de que este apelo visa especificamente a circuncisão de recém-nascidos, uma idade em que a anestesia efetiva envolve um risco letal mais alto. Solicitamos para que se acabe com esta prática religiosa particularmente prejudicial nesta idade e se considere, por exemplo, a sua evolução para o ritual alternativo Brit Shalom, que pode ser comemorado em 8 dias, no respeito da tradição, sem risco ou dor. Isso seria para seu crédito e não questionaria o princípio de praticar a circuncisão em idade mais avançada com consentimento, uma prática compatível com o judaísmo.
Ficamos à sua disposição para qualquer informação adicional.
Atenciosamente,
Droit au Corps